COISAS DE ARLINDO

COISAS DE ARLINDO
Falam-me demais que devo ser feliz. Quase me forçam, só faltam me jogar no mar da felicidade... E se me jogassem eu deixaria.

sábado, 7 de maio de 2011

Hoje eu não estou

Hoje não tenho o que dizer, estou sem o meu espírito.
Hoje parece que meu coração não bate, estou totalmente seco.
Ao espremer meus sentimentos eu não vi uma gota de amor.
Não vi alegria, nem tristeza. Nem choro, nem nada!
Acho muito ruim sentir que não sinto algo, que estou ausente.
Hoje vi o meu amor, um amor que sofro há tanto tempo. E não me veio um sentimento.
Apenas olhei-a, toquei-a, elogiei-a e nada mais. Apenas isto!
Meu Deus o que acontece comigo? O que acontece em mim? Há algo em meu corpo?
Meu sorriso não sorri; meus olhos não vêem mais a verdadeira beleza.
Olho para as flores, para o céu e nada vejo através deles.
Horrível! Terrível! Não quero me privar de enxergar o belo.
Sai olhar humano! Sai olhar dos maliciosos que me faz admirar a ociosidade, o nada.
Não quero ter a visão dos “normais”. Não quero deixar de ter sensibilidade no coração.
Agora sinto saudades de chorar, de me emocionar,
De tocar as folhas brancas e passar o que sinto para elas.
Perdoe-me minhas queridas amigas, hoje não poderei fazer isto,
Apenas quero compartilhar a lacuna do amor em minha alma.
Nem a temível vontade de morrer me convém sentir mais. Vejam: nem de morrer!
Ainda recordo que vi os olhos que admiro todos os dias, vi aquele mesmo sorriso,
E a pele daquele dom, daquela pessoa que por mim tão elevada é e não senti nada.
Não acreditei no quão oco e vazio estava.
Este bloqueio sumirá, “amanhã será outro dia” como diz Chico e amarei novamente.
Amarei, sentirei todo o meu amor novamente. Tudo como antes será.
Deus meu, faz o meu eu acordar deste sono profundo que resiste em ficar,
Que não faz as horas passar, o dia escurecer, me impede de querer.
Agora deito a cabeça com esperança de dormir, de voltar a minha realidade, de existir...
Nem que seja no meu mundo de fantasias.
Nem que seja para ser chamado de louco, de fanático pela ilusão, do que é difícil de existir.
Mesmo assim eu quero! Quero olhar para aquela pele, aquelas mãos, aqueles cabelos...
Quero tocá-los e sentir o que eles têm para me passar como antes.
Sentimentos bons, que me passem um pouquinho dela...
Daquele anjo sincero, da flor que para mim é repleta de perfeição.
Quero acordar e imaginar que não passou apenas de um pesadelo cruel,
Que roubou tudo que tenho agora. Levou sem piedade tudo perto de mim
E me deixou a casca e me deixou sem o Ela. Aqui sozinho sem o meu amor.

(Arlindo Cardoso)

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