COISAS DE ARLINDO

COISAS DE ARLINDO
Falam-me demais que devo ser feliz. Quase me forçam, só faltam me jogar no mar da felicidade... E se me jogassem eu deixaria.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Desabafo

“Alguém é digno de tanto amor?”
Fizeram-me esta pergunta e a única resposta foi: “não sei”!
O amor é tão ingrato que me obrigou a amar alguém que não me quer.
Ele nem se quer avisou. Apenas veio, tocou em meu coração
E me fez admirar como um louco apaixonado aquela que hoje chamo de flor, a mais perfumada das flores.
Não sei o tamanho do meu amor, não o entendo. Apenas amo e nada mais!
Quando fico muito tempo sem ver minha amada me dá uma inquietação,
Como se fosse um viciado. Sim! Um viciado por minha amada
Que nem se quer imagina que ao vê-la quase tenho uma overdose de sentimentos.
Que ao ver aqueles olhos eu não entendo quão grande é a beleza daquele brilho.
Ela não imagina que quando ela fala, aquela voz fica gravada no meu consciente,
E pergunto a mim mesmo: alguém é digno de tanto amor?
E o silêncio do Nada me dá a resposta.
Eu não sei se ela é digna, mas eu a amo como se fosse mais que digna.
Quantas vezes meu Deus? Quantas vezes eu não me angustiei por não tê-la?
Quantas vezes eu pensei em parar de olhá-la com os olhos do amor e sim vê-la com os da amizade?
Mas isso não é possível. O amor prendeu meu coração á ela e não quer soltar mais.
E fico a esperar, apenas esperar que o amor me liberte ou que finalmente ela seja minha
E espero por sua boa vontade em me deixar ser livre, me deixar sorrir como quero.
Mas o tempo passa e não consigo mais com o meu coração.
Quando vejo as folhas brancas, clamando para que eu possa desabafar
E entregar os sentimentos do mais íntimo de minha alma... Não resisto.
Escrevo sem pensar. Escrevo sobre ela, sobre meus sentimentos e já não sou eu quem escreve.
Fico ausente e quando alcanço o último “ponto-final” fico aliviado.
E lembro-me daquele rosto que é obra divina... Daquela boca, daquela pele
E choro como se toda a angústia saísse de uma vez. Como um verdadeiro desabafo.
Quero esquecê-la, que ela saia do meu coração por que eu quero ser feliz.
Eu amo muito, amo como nunca imaginei amar.
E mesmo sem saber se algum dia eu terei alguma resposta, pergunto-me mais uma vez:
Alguém é digno de tanto amor?
E o Nada mais uma vez me consome e fico oco!

(Arlindo Cardoso)

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