COISAS DE ARLINDO

COISAS DE ARLINDO
Falam-me demais que devo ser feliz. Quase me forçam, só faltam me jogar no mar da felicidade... E se me jogassem eu deixaria.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Como me sinto


Hoje acordei sentindo meu coração,
Sentindo-o completo, cheio, ocupado pela mais concentrada felicidade.
Completo pelo amor, que tanto me falta, que tanto implica em não vir.
Sinto medo também. Sinto por que não é normal se sentir tão completo assim.
Não entendo o porquê de ter medo de se sentir amado, se sentir cheio.
É estranho, dá um frio na barriga um nó na garganta.
É paixão? É amor? Não sei. É um sentimento muito bom.
Tenho medo que vá embora. Tenho medo também dessa sensação ir embora.
Ah... me sentiria vazio, me sentiria triste, me sentiria... sozinho novamente!
Faria perguntas sem respostas, sem lógica, sem razão.
E o punhal da solidão feriria meu coração novamente, me crucificaria.
Não! De novo não. Não quero me sentir assim, não quero ter a sensação de não sentir.
De não ter, de não existir, de não ser...
E me vem a boa vontade de escrever, escrever e novamente...
Sinto-me solto, sinto-me mais completo. Se eu pudesse não parava de escrever,
De mostrar o que sinto, o que quero sentir...
Depois o fim do dia chega, o sono chega, o amor se vai, e se vai e se vai...
E me acordo vazio. Esperando o amor novamente, a espera desse sentimento,
Que nem sei se é amor, mas é algo muito bom. Bom mesmo!
E escrevo. Não como antes, escrevo como se não fosse eu quem escrevesse,
 Mas como se fosse a solidão, a angústia encarnada, a dor...
E me deito, penso e quero de volta. Quero esse amor de volta.
E falo baixinho: “AMOR, encarna em mim. Não vai embora”!

Arlindo Cardoso

2 comentários: