COISAS DE ARLINDO

COISAS DE ARLINDO
Falam-me demais que devo ser feliz. Quase me forçam, só faltam me jogar no mar da felicidade... E se me jogassem eu deixaria.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sinto-me simples


Já se sentiu como se a sua vida fosse uma correria?
Como se a vida fosse uma infiel amiga passageira?
Como se Deus tivesse um relógio para cada um de nós?
Pois me sinto assim, me sinto como o vento que bate nas frágeis asas de um beija-flor,
Sinto-me como as cordas vocais de uma soprano que soa seus belíssimos agudos,
Como as nuvens que em pouco tempo podem fazer desenhos extraordinários,
Como a brisa que pode te fazer sentir prazer momentâneo de viver intensamente,
Como as ondas do mar, que vão e voltam... vão e voltam...
Como o sorriso de uma criança, tão puro, tão inocente.
Sinto-me frágil, sinto-me pequeno, simples, porém importante.
Sinto-me como criatura. Uma criatura que tem um tempo determinado.
Que a qualquer momento pode partir segundo a ordem de seu criador.
Que pode deixar sorrisos ou lágrimas. E sinceramente prefiro o sorriso.
É interessante perceber que cada animal faz e não sabe por que faz nem o que significa,
Sou como esses animais. Escrevo. Não sei por que, mas escrevo.
Besteiras, idiotices, coisas minhas... mas não perco essa oportunidade.
É tão bom se sentir útil, se sentir gente, se sentir simples.
Simples como a chuva que vem e leva a sujeira,
Simples como os raios de sol que entram pelas brechas de meu telhado, no meu rosto,
E me acordam como se fosse a natureza me dando bom dia. O melhor bom dia de todos.
Sinto-me simples... gosto de ser simples.
Acordo e vejo que todos os dons continuam comigo, todos eles.
O de andar, o de enxergar, o de pensar, o de querer... o de ser.
E agradeço como se tivesse nascido novamente.

Arlindo Cardoso

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